Com a chegada da 2GAME no VCT Américas, a região Sul-Americana agora ocupa metade da liga. Todavia, o que ocasionou essa presença tão grande? Veja aqui uma análise completa
O VALORANT vem ganhando destaque como um dos maiores eSports globais, e a América do Sul tem se mostrado uma das regiões mais promissoras, especialmente com o surgimento de equipes como LOUD, MIBR, FURIA, KRU e Leviatán, sem contar com a mais recente, 2GAME. A entrada dessas organizações mudou a percepção sobre o potencial da região, consolidando o Brasil e outras nações latinas como forças que não podem ser ignoradas.
Embora as equipes brasileiras tenham mais espaço e desenvolvimento, a Leviatán também se destaca por adotar uma abordagem inovadora ao incorporar talentos de todas as regiões do VCT Américas, como os norte-americanos como C0M e Demon1 e o brasileiro aspas. Então, confira aqui mais detalhes sobre a chegada dessas organizações no cenário mundial de VALORANT.
O Brasil no Cenário Competitivo: LOUD, MIBR e FURIA
A ascensão do Brasil no VALORANT começou a ganhar força com a LOUD, que rapidamente se tornou uma das melhores equipes do mundo. O título de campeã no VALORANT Champions 2022 solidificou o país como um concorrente legítimo no cenário internacional. Isso serviu para encerrar a narrativa de que a América do Sul era apenas um celeiro de talentos emergentes.
A organização também se destacou pelo desenvolvimento contínuo de uma base de jogadores jovens e promissores, além de uma identidade tática própria. Além disso, a sua campanha chamou atenção de organizações estrangeiras, como foi o caso da Sentinels. Como uma oportunidade única, Sacy e pANcada saíram da LOUD e foram para a organização estrangeira.
Após o sucesso da LOUD, outras organizações brasileiras, como MIBR e FURIA, começaram a construir seus projetos ambiciosos. Embora ainda não tenham conquistado títulos de peso internacional, MIBR e FURIA têm mostrado evolução, buscando estabilidade e consistência. Mesmo sem nenhuma participação internacional, muitos acreditam que eles consigam competir de igual para igual com equipes da Europa e América do Norte.
A força do Brasil, nesse contexto, está na persistência em desenvolver suas ligas regionais e formar atletas de alto nível, além da busca constante por melhorias estruturais. Mesmo com todas as dificuldades de jogar fora do Brasil, a injusta disputa contra as organizações estrangeiras, as equipes seguiam em disputas equiparadas.
Leviatán: A Inovação Latino-Americana com Olhos no Norte
Entre as organizações que se destacam fora do Brasil, a Leviatán é um caso curioso. A equipe argentina, que já vinha se consolidando como uma potência regional, inovou ao apostar na contratação de jogadores do Américas. Inicialmente, eles fizeram uma das maiores contratações, o brasileiro aspas. Logo em seguida, tivemos a chegada do norte-americano C0M e atualmente a equipe contratou outro norte-americano, o lendário Demon1.
Essa estratégia foi ousada, pois quebra a barreira tradicional que separa as regiões e mostra uma abordagem diferente para equipes da América Latina. O recrutamento desses atletas destaca a vontade da Leviatán de competir além dos limites regionais. Inclusive, durante o ano de 2024, eles se provaram como uma equipe sólida. Depois de ganharem o último split do VCT Américas, eles fizeram um Champions positivo, terminando na 3ª posição.
Por fim, a escolha por Demon1 é especialmente interessante, já que ele foi um dos destaques do cenário norte-americano e mostrou sua capacidade em torneios internacionais. Essa combinação de jogadores latinos e norte-americanos pode redefinir a forma como as organizações latino-americanas estruturam suas equipes no futuro. Por outro lado, existe um lado onde que a equipe perde a sua identidade. Como um time vai continuar sendo latino, se a maior parte dele é estrangeiro?
A Conquista de Espaço e os Desafios
Embora as equipes sul-americanas, especialmente as brasileiras, tenham mostrado potencial, a jornada para conquistar consistência no cenário internacional ainda é cheia de desafios. O maior deles é competir contra regiões mais maduras, como Europa e América do Norte, que possuem maior infraestrutura e experiência no desenvolvimento de eSports. Isso sem falar do APAC, que sempre nos surpreende e da China, que a cada campeonato, ficam mais perto de resultados melhores.
Além disso, o calendário apertado e as mudanças constantes no meta do jogo exigem uma adaptação rápida, o que é um desafio para equipes em desenvolvimento. Quem não lembra dos problemas que a LOUD teve após o VCT Masters Madrid, onde ficaram presos na Irlanda do Norte, por conta dos vistos? Isso tudo impacta na rotina dos jogadores dentro dos EUA, que a cada ida para fora do país, devem fazer todo o processo de renovação.
Outro ponto relevante é a questão do intercâmbio de jogadores. A Leviatán, ao contratar aspas, C0M e Demon1, pode estar apontando para um novo modelo de construção de equipes na América do Sul. Inclusive, o MIBR fez algo parecido, quando rich e palla estavam com problema no visto, sendo substituídos pelo ShahZaM e Pa1nt.
Essa abertura para talentos de outras regiões pode ser a chave para que times latinos e brasileiros evoluam. Porque eles podem aprender novas táticas e absorver experiências de diferentes estilos de jogo. No entanto, essa abordagem também pode enfrentar resistência, já que algumas organizações preferem focar no desenvolvimento de talentos locais.
Pelo lado da 2GAME iremos ver como uma equipe novata, sem ser dos EUA, vai performar em solos internacionais. E não estamos dizendo no quesito de gameplay. Estar fora do seu país pode impactar, em muito, a rotina dos jogadores. Além de enfrentar novos costumes, eles precisam viver em um local onde a moeda brasileira é extremamente desvalorizada.
No fim, o futuro dessas organizações dependerá de sua capacidade de manter consistência e continuar evoluindo em um cenário em constante mudança. Se essas equipes conseguirem equilibrar talento local e experiências internacionais, como a Leviatán vem fazendo, é provável que a América do Sul se torne uma região cada vez mais relevante no VALORANT. Por outro lado, a cada ano que passa, novos talentos surgem, podendo trazer uma maior renovação no cenário Sul-Americano.
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