O lado oculto dos esports: A vida invisível dos jogadores de base

Enquanto os holofotes miram as estrelas do competitivo, centenas de jogadores treinam na sombra. Eles estão na base, no banco, nos mistos que nunca sobem. E vivem em silêncio, esperando por uma chance que talvez nunca venha.

Um sistema que promete formação, mas entrega desgaste

No discurso oficial, o League of Legends e o VALORANT brasileiros oferecem caminhos para novos talentos. No CBLOL Academy, jovens jogadores disputam uma liga paralela para se desenvolver. No VALORANT, o Challengers representa a porta de entrada para a elite da VCT. Mas basta olhar de perto para ver que a estrutura é frágil, e muitas vezes, ilusória.

No Academy, é comum que elencos mudem completamente entre um split e outro. Em 2024, mais de 40% dos jogadores que atuaram no primeiro split foram dispensados ou substituídos no segundo. Poucos sobem, e os que sobem, quase sempre são rebaixados em menos de um split. No VALORANT, o ciclo é ainda mais cruel: mistos que surgem apenas para as qualificatórias, sem suporte institucional, muitas vezes desaparecem após um único campeonato.

O problema não é só a rotatividade. É a ausência de um plano. Não existe um sistema claro de progressão, metas de desempenho, ou acompanhamento constante. Sem isso, o que se chama de “base” vira apenas uma vitrine passageira, que promete muito, mas forma pouco.

Treinam como pros, mas vivem como anônimos

A rotina dos jogadores de base não difere muito da dos profissionais consagrados. São treinos longos, revisão de partidas, scrims diários, busca por alto MMR e presença constante nos rankings. Eles fazem tudo o que um pro player faz — menos jogar os grandes campeonatos. E é justamente a ausência de palco que os torna invisíveis.

No Academy, há reservas que passam uma temporada inteira sem disputar uma série. No Challengers, há atletas que são contratados apenas para cumprir regulamento. Poucos têm seus nomes divulgados. Menos ainda recebem algum tipo de narrativa por parte das organizações ou da cobertura especializada.

Sem visibilidade, não há oportunidade. Sem oportunidade, não há evolução. E o ciclo se repete. Mesmo os talentos mais promissores acabam soterrados pela própria pressão do sistema, que exige resultados imediatos, mas não dá espaço para que eles floresçam.

No fim, muitos desses jogadores não desistem porque não são bons o suficiente. Eles desistem porque nunca tiveram a chance real de mostrar o que podiam ser.

Pressão sem estrutura: o desgaste emocional na base

Quando falamos em base, falamos de juventude. A maioria dos jogadores que ingressam no Academy ou nos times mistos do VALORANT têm entre 16 e 20 anos. São atletas em formação, emocionalmente vulneráveis, apostando tudo em um sonho incerto. E, muitas vezes, sem qualquer suporte profissional.

Ao contrário dos elencos principais, a maioria dos times de base não oferece acompanhamento psicológico, suporte de carreira, ou mesmo contrato formal. Muitos desses jogadores abandonam os estudos, deixam suas cidades, mergulham numa rotina exaustiva de treino, e ainda assim não têm nenhuma garantia de estabilidade.

Essa combinação de pressão e desamparo cobra um preço alto. São frequentes os relatos de ansiedade, burnout e desistências silenciosas. Quando um jogador “some” do Academy ou do Challengers, raramente se sabe o motivo. Ele simplesmente é trocado, esquecido, substituído.

Se não houver uma discussão séria sobre a responsabilidade das organizações com esses jovens, a base continuará sendo um moedor de carne.

A negligência institucional que sabota o futuro

No futebol, os clubes são obrigados a manter categorias de base com estrutura, staff e calendário competitivo. Nos esports, não há nenhuma obrigatoriedade formal. O resultado é um ecossistema onde as bases existem apenas quando há conveniência — para preencher uma vaga, cumprir exigência de franquia ou manter a aparência de que há formação.

A Riot Games até criou espaços como o CBLOL Academy e o Challengers BR, mas a falta de fiscalização e de exigências mais robustas permite que esses circuitos operem de forma amadora. Sem metas técnicas, sem compromissos com a permanência de jogadores, sem padrões mínimos de acompanhamento, não há futuro consolidado.

O problema não é a existência das bases. É como elas são tratadas. Um ambiente que deveria ser de aprendizado e lapidação se torna um lugar de descaso e pressão. E isso tem um custo: queimamos talentos que nem chegaram a florescer.

Se a base não for formada, quem vai sustentar o futuro?

O Brasil é um celeiro histórico de talentos nos esports. Mas depender apenas da explosão espontânea de jogadores excepcionais é arriscado. Sem um sistema que desenvolva, acompanhe e valorize a base, o ciclo se torna frágil. Passamos a depender da sorte, ou pior: da reciclagem constante de nomes já conhecidos.

E isso já está acontecendo. Basta olhar a quantidade de jogadores que circulam entre times diferentes da elite, enquanto as promessas da base são ignoradas. A falta de integração entre Academy e CBLOL, e entre Challengers e VCT, cria uma barreira invisível que poucos conseguem ultrapassar.

Falar em sustentabilidade é falar em base. É olhar para quem está treinando hoje, sem holofotes, e oferecer estrutura para que eles sejam os protagonistas de amanhã. Caso contrário, a gente segue apostando alto em um castelo com alicerces cada vez mais trincados.

Perguntas que ficam

Quantos talentos deixaram os esports sem sequer terem jogado uma série oficial?

O que as organizações estão realmente fazendo para formar jogadores, e não apenas “testar” nomes?

Se o Academy e o Challengers são portas de entrada, por que tão poucos conseguem atravessá-las?

Estamos cuidando do futuro ou apenas improvisando enquanto ele chega?

Porque se continuarmos apagando quem está na base, logo não teremos mais ninguém para acender.

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