Porque os jogadores profissionais nos esportes eletrônicos se aposentam muito cedo? Vamos entender mais sobre tudo que acontece nesse mundo!
Quem nunca ouviu que um jogador, depois de completar uma certa idade ou alcançar um certo objetivo, resolveu se aposentar? Mesmo com a falta de um esforço físico extremo, como é no caso do futebol, os jogadores de eSports acabam “pendurando o mouse” muito cedo. Então, quais são os motivos por trás disso? É um fenômeno exclusivo dentro do cenário brasileiro ou temos casos fora daqui?
Vamos tentar entender a faixa de idade que os jogadores profissionais tendem a se aposentar e quais são os motivos mais pertinentes. Além disso, iremos investigar qual é o caminho preferido desses jovens aposentados. Por fim, vamos apresentar os jogadores que seguem na ativa, competitivamente, que mostram que a vontade de competir é maior do que tudo.
A aposentadoria precoce nos eSports, porque ela acontece?
O fenômeno das aposentadorias precoces entre os jogadores de eSports não é algo atual. Muitos jogadores acabam resolvendo “pendurar o mouse” muito cedo, por conta de diversos motivos. Desde cansaço mental até a vontade de conseguir trabalhar de uma forma mais tranquila. Claro que os motivos são sempre muito justos, mas eles acabam criando uma sensação estranha no ar.
A vida do jogador profissional não é algo fácil. No nosso artigo, A profissionalização dos streamers de eSports, abordamos de forma superficial em como o trabalho dos jogadores é estressante. São muitas horas de dedicação, um abandono grande da família e correr atrás de um sonho difícil.
Por mais que isso seja muito glamourizado por parte da comunidade, a vida dos jogadores profissionais não é sobre muitas glórias. Muitas vezes, por mais que o trabalho seja muito árduo, os resultados positivos podem não acontecer com certa frequência. Isso acaba causando um certo tipo de stress, que impacta na saúde mental do jogador.
Então, porque os jogadores se aposentam tão cedo?
A aposentadoria dos jogadores, na maioria das vezes, está relacionada a estresse ou cansaço. Aconteceu durante poucas vezes uma aposentadoria forçada, por conta de algum problema de saúde. Por exemplo, o atual streamer Baiano, acabou enfrentando um tumor no intestino, onde acabou tendo que se afastar do cenário competitivo. Entretanto, em pouco tempo ele retornou a competição. Sua aposentadoria acabou acontecendo anos depois, quando decidiu dedicar-se à criação de conteúdo, com o seu “Baianalista”.
Ou seja, grande parte dessas aposentadorias acabam acontecendo por conta de um cansaço. Muitos desses jogadores decidem dedicar o seu tempo para outros projetos, otimizando melhor o seu tempo. Um exemplo disso é o multicampeão do Rainbow Six Siege, o dinamarques Pengu. Com apenas 24 anos de idade, deixou a sua carreira repleta de títulos e começou a atuar como caster de Rainbow Six.
Claro que ainda temos outros exemplos, como o ZiGueira, que tinha 31 anos e somente anunciou a sua aposentadoria por vontade de cuidar da sua família. O jogador já estava casado e tinha algumas reclamações de ter deixado a sua esposa em casa, para tentar viver o sonho. No fim, depois de um tempo, o profissional decidiu dedicar as lives, sendo um streamer da Team Liquid, a mesma organização na qual jogava e se aposentou.
De forma resumida, tivemos jogadores que decidiram se dedicar a vida pessoal, cuidando da família. Enquanto outros quiseram seguir a vida de streamer. Claro que ainda existem alguns nomes que se aposentaram por problemas de saúde. Grande parte disso acontece por lesões no pulso, que acaba sendo a ferramenta essencial para todo e qualquer jogador profissional.
Exemplos de jogadores que se aposentaram cedo
shroud (CS) – Aposentou-se do competitivo em 2018, aos 23 anos, e se tornou um dos streamers mais influentes.
TenZ (VALORANT) – Depois de surpreender no cenário de VALORANT, o jovem jogador anunciou a sua aposentadoria, com apenas 23 anos.
Pengu (Rainbow Six Siege) – Aposentou-se jovem em 2021 após várias conquistas para se dedicar ao streaming e casting de Rainbow Six.
Baiano (League of Legends) – No Brasil, aposentou-se cedo do competitivo e hoje é um dos streamers mais populares, com o Ilha das Lendas. Além disso, foi o primeiro brasileiro a jogar no exterior.
Kami (League of Legends) – Um dos maiores nomes do LoL brasileiro, começou muito cedo no cenário competitivo. O jogador se aposentou jovem e se dedicou ao conteúdo de entretenimento no eSports.
Nem tudo é sobre saída. Conheça algumas carreiras longínquas
Claro que o oposto existe no cenário de eSports. Temos alguns nomes que ainda estão na ativa, mostrando que o sonho da competição segue viva em seus corações. Muitos deles dizem que a vontade de se aposentar se encontra longe, demonstrando uma resiliência sem igual. No Brasil temos dois nomes bem fortes, que são referência dentro dos seus jogos.
BrTT e FalleN, dois jogadores que seguem vivos no cenário competitivo, atuando em alto nível. No caso do TT, o jogador fez uma pequena pausa na sua carreira, se dedicando a projetos pessoais. O mesmo se aventurou na música e no boxe, mostrando que ainda tinha um ímpeto competitivo.
Por outro lado, o FalleN é um exemplo de um jogador que encontrou um outro estilo de vida, além do competidor. Ele conseguiu criar uma marca com o seu nome, tornando-se um empresário, com a sua Fallen Store. Claro que o Professor segue competindo em alto nível, sempre estando nos principais campeonatos. Inclusive, o seu estilo de mentor é visível, sempre com uma personalidade que sabe o que é a vida competitiva e os seus percalços.
Durante o lançamento da nova coleção de roupas da FURIA com o anime Boku no Hero, yuurih fez alguns comentários sobre o FalleN. De acordo com o jogador, o Professor tem a personalidade do ‘All Might’ e os demais jogadores seriam os seus alunos. Isso acaba mostrando muito sobre a importância que o jogador possui dentro de uma equipe.
Exemplo de jogadores que seguem na ativa
FalleN (CS) – Com 33 anos, Fallen ou Professor, é uma das maiores referências no cenário de CS brasileiros. Atualmente joga pela FURIA, como o capitão da equipe
brTT (League of Legends) – Mais um jogador com 33 anos, brTT é um dos maiores nomes no cenário nacional de LoL. Mesmo tendo sido ultrapassado no número de títulos, seu nome é algo grandioso.
Dendi (Dota 2) – Dendi é um dos dinossauros do cenário de eSports. Com 34 anos, o jogador de Dota 2 é uma das personalidades mais conhecidas dentro do jogo.
Faker (League of Legends) – Se tem um nome que remete à longevidade e títulos, esse é o Faker. Com 28 anos, o sul-coreano é pentacampeão mundial de LoL e disse que a vontade de aposentar não existe, mesmo com a sua lesão no punho.
nesk (Rainbow Six) – Nesk é um dos jogadores brasileiros que está na ativa no Rainbow Six há mais tempo. Com 29 anos, o jogador faz algo que muitos acreditam que é o impensável. Com uma esposa e filha, o jogador segue a vida dentro dos eSports, atuando em alto nível.
Reflexão sobre o futuro do eSports e a carreira de pro players
O eSports é um campo competitivo em constante crescimento, mas a curta duração das carreiras dos jogadores é um desafio que precisa ser abordado para garantir a sua sustentabilidade. A aposentadoria precoce de tantos talentos levanta uma questão importante: o que pode ser feito para prolongar a vida útil de um pro player? Investimentos em saúde mental, fisioterapia e programas de equilíbrio entre vida profissional e pessoal são passos fundamentais nessa direção.
Para muitos, a pressão psicológica de atuar em alto nível desde cedo, combinada com treinamentos intensivos e viagens frequentes, acaba levando ao esgotamento. Programas de suporte psicológico que ajudem a gerenciar a pressão e a ansiedade, somados a políticas de trabalho menos exaustivas, poderiam permitir que os jogadores se mantivessem no auge por mais tempo.
Da mesma forma, o avanço em terapias físicas específicas para prevenir lesões comuns, como as de pulso e ombro, pode ajudar a reduzir afastamentos e até a tornar as transições para novas modalidades mais viáveis. Além disso, com o avanço da tecnologia, especialmente em dispositivos de monitoramento de saúde e desenvolvimento físico, é possível que vejamos mudanças significativas na maneira como as equipes monitoram e cuidam do bem-estar de seus jogadores.
No fim, a idade pode deixar de ser uma barreira tão limitante, especialmente em modalidades menos exigentes fisicamente. À medida que o eSports amadurece, o desenvolvimento de políticas e recursos de suporte ao jogador pode ser um fator decisivo para transformar as carreiras dos pro players, tornando-as mais longevas e saudáveis.
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