Com um cenário complicado, vivemos em uma época de pouca inovação. Porém, será que é isso mesmo? Entenda mais neste estudo sobre a falta de surgimento de novos jogos!
Os esportes eletrônicos, um mercado em constante transformação, parecem estar vivendo um paradoxo curioso: enquanto crescem em público, investimentos e relevância cultural, enfrentam dificuldades em renovar seu panteão de jogos competitivos. Seria este um momento de estagnação criativa ou apenas um reflexo do amadurecimento da indústria?
Os titãs do esports
Entre os jogos que definem o cenário global de esports, três títulos se destacam como pilares indiscutíveis: League of Legends (LoL), Dota 2 e Counter-Strike (CS). Esses gigantes, com histórias que remontam a mais de uma década, continuam a dominar o cenário competitivo, atraindo milhões de espectadores e movimentando cifras impressionantes.
League of Legends, da Riot Games, para muitos é o grande representante do mundo dos esports para o mundo. Com torneios como o Worlds, que rivaliza em audiência com eventos tradicionais como o Super Bowl, o jogo consolidou uma base global de fãs.
Por sua vez, Dota 2 carrega o legado de torneios icônicos como o The International, famoso por premiar jogadores com os maiores prêmios em dinheiro da história dos esports. Apesar de ser um nicho mais restrito que o de LoL, o jogo da Valve mantém uma comunidade extremamente engajada e fiel.
Já Counter-Strike, na forma de CS:GO e, mais recentemente, CS2, é o exemplo perfeito de como um conceito simples pode se tornar atemporal. Seu apelo direto e mecânicas competitivas fazem dele um dos jogos mais assistidos no cenário competitivo global.
Enquanto que o Rainbow Six, mesmo sendo um jogo relativamente novo, é um pilar essencial nos esports. Apostando em um estilo bem diferente do que conhecemos como FPS, ele logo consolidou o seu lugar no cenário competitivo. Sua grande força veio na inovação, conquistando fãs sedentos por algum tipo de novidade.
Esses jogos se sustentam em pilares sólidos: comunidades gigantes, ligas organizadas e um ecossistema que atrai patrocinadores e jogadores. No entanto, sua longevidade também levanta uma questão: há espaço para novos competidores?
Os corajosos que tentam
Apesar do domínio dos gigantes, novos jogos têm surgido para desafiar o status quo. VALORANT, da Riot Games, rapidamente se tornou um concorrente direto do CS ao oferecer uma experiência diferenciada, misturando mecânicas de tiro tático com habilidades únicas. A Riot apostou em sua expertise organizacional para construir um circuito competitivo robusto, mostrando que é possível entrar no mercado e conquistar espaço.
No lado mobile, Free Fire da Garena representa um fenômeno. Voltado para dispositivos acessíveis, o jogo conquistou mercados emergentes, como o Brasil e a Índia, trazendo um público massivo para os esports. Sua abordagem inclusiva e competições dinâmicas ajudaram a solidificar os jogos mobile como parte integral do ecossistema competitivo.
Outro exemplo é Fortnite, que quebrou paradigmas ao unir competições de alto nível com eventos culturais e shows dentro do próprio jogo. Embora seu apelo competitivo não tenha se consolidado como o de LoL ou CS, sua capacidade de engajamento com o público jovem é inegável.
Criar um novo título competitivo é uma tarefa monumental. Empresas que se arriscam a lançar algo novo enfrentam desafios imensos: conquistar jogadores, atrair criadores de conteúdo, negociar com organizadores de torneios e, o mais difícil, rivalizar com nomes estabelecidos. Ainda assim, cada um desses jogos trouxe uma renovação valiosa ao mercado, mostrando que há espaço para inovação.
O risco da sustentabilidade
Apesar do glamour, o mercado de esports enfrenta sérias questões sobre sustentabilidade. Muitos jogos se tornaram insustentáveis financeiramente, dependendo de altos investimentos para manter competições e equipes. O retorno nem sempre é proporcional, especialmente para os títulos menores ou em ascensão.
Equipes encerram operações, jogadores enfrentam dificuldades para se manter no topo, e ligas precisam se reinventar constantemente. Isso levanta uma questão crítica: será que os esports estão crescendo de maneira saudável, ou estamos vendo um castelo de cartas prestes a ruir?
Mesmo entre os jogos consolidados, manter o apelo é um desafio. Novas gerações de jogadores surgem, preferências mudam, e o público se torna cada vez mais exigente. Para um jogo, equilibrar sustentabilidade e inovação é um exercício contínuo de adaptação.
O que o futuro nos reserva?
Embora o cenário competitivo pareça dominado por titãs e os desafios para novos competidores sejam imensos, o futuro dos esports não está escrito. Títulos como Deadlock e Supervive começam a se destacar como potenciais sucessores, prometendo trazer novas mecânicas, histórias e comunidades ao cenário.
Por exemplo, o Deadlock está vindo com a premissa de mudar como entendemos os MOBA’s. Até o momento, o jogo se encontra na sua fase de testes. Com isso, ainda não entendemos como vai funcionar o sistema competitivo, tudo fica em aberto. Sua proposta é ser bem inovador, mesclando as ideias de um jogo de tiro com o conceito do MOBA.
Do outro lado, temos o Supervive, que chegou angariando muitos fãs. Eles logo apostaram no marketing, chamando vários influenciadores. O seu grande diferencial é por conta de terem vindo do League of Legends. Por conta disso, vemos muitas semelhanças entre os jogos. Afinal, se eles sabem qual é a receita do sucesso do LoL, eles podem replicar em um novo jogo.
Novos jogos estão surgindo, mas eles possuem o apelo para conquistar uma multidão? Por conta disso, o debate sobre estagnação ou evolução no mundo dos esports continua aberto. Afinal, o sucesso do próximo grande jogo competitivo pode estar mais perto do que imaginamos. Tudo que ele precisa é uma estratégia certeira e um público engajado.
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